quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Outro poema de Quintana


OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde
e pousam no livro que lês.

Quando fechas o livro,
eles alçam voo como se
fugissem de um alçapão.

Eles não tem pouso nem porto
alimentam-se um instante
em cada par de mãos e partem.

E olhas, então, essas tuas nãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

6 Dicas do Livro Oficina de Escritores


Stephen Koch abre o livro Oficina de Escritores, Um Manual para a Arte da Ficção (Editora Martins Fontes) com dicas preciosas:

1)   Não há regras para ou o que escrever
2)   A vida do escritor geralmente transcorre em fases
3)   Cada nova fase implica uma espécie de novo começo
4)   Começar de novo é difícil (sempre)
5)   Começar de novo pode ser assustador
6)   Viver essa incerteza é uma experiência perturbadora, mas também grande e maravilhosa.
Ousem.
Escrevam.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A lista do goleiro mais rápido do mundo

A lista do goleiro mais rápido do mundo é de 1 pessoa só !

Durante o jogo dos rivais Manchester United e Manchester City, o City perdia por 1x0 e aos 47 minutos do segundo tempo, o goleiro resolveu cabecear uma bola na área adversária, vinda de escanteio.
Vejam o que ele conseguiu fazer.
Impressionante.


1 Conto meu premiado em 3º lugar na UFF

O tema do Concurso de Contos para comemorar o cinquentenário da Universidade Federal Fluminense - RJ foi "50 anos... e agora."

Segue abaixo o conto de minha autoria que obteve o 3º lugar no concurso. Não vejo a hora de receber o prêmio (livro editado pela EDUFF, editora da UFF) e ler os outros premiados !!!

Tantos Cinquentas...
...e agora no céu: Estou a trezentos mil quilômetros por segundo. Enfim conseguimos desenvolver uma espaçonave que viajasse na velocidade da luz. Li tanto Carl Sagan, absorvi os livros de Julio Verne, encantei-me com a luneta astronômica de Galileu, as anotações de Kepler, a ousadia de Gagarin e aqui estou, em transe entre riscos luminosos das estrelas. Daqui a quatro anos estarei passando por Alfa Centauro. Nunca mais retornarei à Terra. Perderei minha festa de aniversário de cinquenta anos, que será semana que vem. Ou que seria ? O tempo é aliado da imaginação. Parabéns então para mim. Não é bom comemorar sozinho, mas alguém tinha que fazer isso pela humanidade. Olha ! Os anéis de Saturno... já foram...e agora nas bodas: Parabéns a vocês, nessa data querida, muitas felicidades... E para os dois, nada ? Tudo. Como é que é ? ... Augusto e Conceição completam bodas de prata. O bolo de pão-de-ló com cobertura branca e recheio de doce de leite com ameixa é enorme. Dá para alimentar o quarteirão todo. O casal Soares merece. Os filhos tiram fotos, as duas noras que não se falam desde o último batizado estão de vestidos novos, os netos emocionados ao lado da mesa e os dois bisnetos no berço berrando de fome. Ninguém dá atenção. Apenas Augusto dá atenção à esposa naquela noite e por mais cinquenta...e agora na floresta: Bom dia de sol. As folhas das minhas vizinhas já se agitam. Os pássaros cruzam as sombras. Mais uma etapa da minha vida no meio da floresta. O que é isso ? Um barulho mecânico estrondoso. Árvores milenares tombando. Está cada vez mais perto. O homem de capacete e barba se aproxima. O que é isso na mão dele ? Corta-me rente ao chão. Vai poder ver através dos anéis de crescimento do meu toco que eu ia completar cinquenta anos de vida hoje....e agora no presídio: Ela era uma vagabunda. Traia Junior com todos. Ele sabia. Mas tinha na verdade uma tara por ela. Tudo ia bem até o dia em que a cena surgiu, o sangue subiu, o revolver falou. Três tiros na cara de Silvinha. Foi condenado. Completa hoje cinquenta anos de reclusão. Tanta rebelião assistida, cabeças cortadas, amizades inexatas. Aprendeu a ler. Virou pastor. Acha até que a pena já foi cumprida, mas fazer o que lá fora ? Sem família, sem emprego, sem Silvinha. Vai ficando. Protegido pelas grades da tristeza...e agora no clube:  Cinco mesas lotadas. Senhoras de cabelo branco ou azul claro. Cada uma com várias cartelas prontas para começar o bingo comemorativo do C.R.I.D.E. (Clube Recreativo das Idosas Desocupadas de Esperançópolis). Afinal, estão completando meio século de existência. Alguém quer dizer alguma coisa antes de começar o bingo ? Vamos tocar o hino nacional, pelo menos ? Ninguém se mexe. Então vamos lá. Roda a esfera. As bolinhas de madeira numeradas desesperam-se ritmicamente. A presidenta suspende a agitação, aperta o gatilho e sai o primeiro número: cinco, zero, cinquenta. Bingo ! Grita a desatenta da mesa quatro....e agora sob as traves: Max Touro já jogou no Maracanã, com a casa cheia. Era contra o Vasco. Jogava no gol do Bangu. Perderam de seis a um. Depois foi jogar na segunda divisão do campeonato capixaba. Defendeu o ASA e o Remo. Voltou para o Rio de Janeiro, na terceira divisão e agora estava em Palmas, aos quarenta e nove minutos do segundo tempo da decisão do futebol de várzea da turma do Fundo Seco. Dois a dois. O jogo já devia ter terminado. O empate dava o título para o seu time, mas o juiz marcou pênalti contra a sua meta. Max Touro esbravejou, sem razão, pois o beque quebrou a tíbia do ponta direita. Agora, o título está nas mãos dele. O relógio marca cinquenta minutos do segundo tempo. O atacante adversário, um molecote de dezenove anos, coloca a bola na marca. Max Touro bate as palmas das luvas velhas com determinação. O pó se expande a sua frente. Solta um urro de raiva. Será a glória do goleiro experiente de cinquenta anos, contra a insegurança da juventude. Imagina a festa no bar do Plínio a noite toda. Farra, mulheres, basta pegar o chute do fracote. Goleiro num canto. Bola no outro...e agora no palco: A platéia impaciente, lota as poltronas vermelhas há horas. Os corredores repletos de fãs no chão. O cantor está comemorando cinquenta anos de carreira com o show do século. As melhores canções do repertório e a orquestra completa com backing vocal. O preço do ingresso foi de arrepiar o bolso do consumidor. Mas tudo vale a pena na noite que ficará para sempre. É só pisar no palco, dar boa noite e desfilar o festival de sucessos que todos sabem na ponta da língua. Nada melhor que coro de fãs. O cantor entra. Ovacionado, levanta os braços agradecendo, mais de cinco minutos de aplausos, assobios e “lindo” e “te amo”. Todos se acalmam. O maestro conta em silencio, os violinos fazem a introdução e a voz não sai. Completamente afônico de emoção. Devolveram o dinheiro. Foi inesquecível....e agora na barriga: Sheila sempre quis engravidar. Predestinada. Tentou com os namorados, com o primeiro marido, que se separou por se sentir incomodado pela obsessão conjugal, com o segundo marido, que morreu sem poder ser pai. Agora, com cinquenta anos, conseguiu uma produção independente com o professor de teatro da universidade. Ele nem sabe. Segundo os exames, quase cem por cento do filho nascer com Síndrome de Down. Mas vai ser amado com todas as forças que uma mulher tem dentro da alma....e agora em Cuba: Martinez pede um mojito no Bar Havana, de frente para a praia. Bastante gelo e hortelã. Ouve os passos dos militantes da Revolução Cubana comemorando cinquenta anos. Lembra do amigo confidente Che, do colega Fidel, dos companheiros de luta, dos que morreram, dos que viveram, dos que sobreviveram ao regime trocando simplesmente de farda e agarrando o poder. A força só mudou de lado. A justiça ficou risível. O coração aperta. Lembra de George Orwell, de Animal Farm e dos porcos. No chiqueiro da ilha, alguns porcos eram mais que outros. Só ficaram iguais na morte. Seu mojito, senhor. Gracias. Um brinde ao esquecimento, à utopia, à sátira da vida...e agora na paróquia: A missa não vai começar ? Estão esperando o bispo. Sempre assim. Mas tem que esperar mesmo. Além de ser a autoridade máxima da região, a missa é para celebrar o cinquentenário da Diocese e da Ordenação Episcopal dele. Acho a Diocese tão abandonada. Nem teria o que comemorar. E, além disso, está atrasado. Calma. Pronto, já chegou. Onde está o Bispo ? Dando uma cochilada na sacristia...e agora na viagem: Matilde pega a fila de embarque, escolhe o primeiro turno do jantar e cabine externa. Embarca pela primeira vez em um cruzeiro marítimo. Os shows noturnos são previsíveis, mas servem como passatempo. Toda dia um drinque no bar da piscina. Observa os jovens casais de mãos dadas. Engorda uns dois quilos na viagem. Faz amizades, perde um pouco de dinheiro no cassino, compra perfumes. Viúva, viaja solitária para comemorar os cinquenta anos de casamento que faria com Pacheco, que odiava mar, navio, celebrações...e agora na paz: Kikushi assiste pela televisão as festividades do fim da Segunda Guerra Mundial. Líderes do mundo inteiro celebram. A demência do Alzheimer deixa-o confuso. E as guerras e guerrilhas pela África, Oriente Médio e ilhotas perdidas no mundo ? Frutos da sua imaginação ? Se pudesse retornar no tempo. Lembra como se fosse hoje. Acordou cedo, brigado com a namorada. Aceitou trabalhar na cidade vizinha. Pegou o trem das seis da manhã e quando chegou ao destino, a notícia de que havia acontecido algo em Hiroshima. Tudo que existia, passou a ser sombra do horror. Toda a mágoa por seu amor ficou desimportante. A vida, agora retratada na tela colorida no meio da sala por pombas, pompas e circunstâncias, foi explodida sem consentimento há muito tempo atrás...e agora no rádio: A estrada livre convida o motorista a acionar o acelerador com mais firmeza. Pisa fundo. O vento força a moça bonita no banco do passageiro a segurar o chapéu florido. Vai voar daqui há pouco. Não faz mal, ele compra outro para ela. O asfalto imaculado, os cactos solitários e os coiotes farejando as presas. Pisa mais fundo. As luzes do carro se acendem. O laranja do por do sol funde-se às esculturas do deserto. O ator norte-americano, completando cinquenta anos, pisca para a recente namorada sem nome, dá um sorriso e quando torna a olhar para o pára-brisa, o horizonte está torto. Perdeu a direção. O carro capota várias vezes. No Bagdad Café, o balconista limpa, com pano encardido, a passagem dos escassos clientes ao longo do dia. Ouve nas ondas curtas que o famoso artista de cinema acaba de perder a vida pertinho dali. E continua limpando o balcão...e agora no salão de festas: Filha, a sua madrinha comprou com carinho. Eu não quero. É uma boneca, como você gosta. Se eu soubesse que era isso, preferia roupa. Você acha que se ela não gostasse tanto da afilhada dela, ela não daria um presente tão bonito no dia do seu aniversário ? Ela pode até gostar de mim, mas eu não quero e pronto. Tira pelo menos da caixa para ver como é. Olha o cabelão loiro dela, que bonito. De jeito nenhum. Filha, a madrinha vai ficar sem graça. Mãe, se ela realmente gostasse de mim, não compraria uma boneca Barbie pra mim. A senhora sabia que ela fez cinquenta anos na semana passada ? Eu vi no Google. Isso não é boneca. É uma antiguidade. Que fique pra ela. E correu atrás da moça do algodão doce...e agora no campus: Greves, início de aulas, teses defendidas, debates, namoros escondidos, formaturas, luta pelo poder, professor se esforçando, funcionário cochilando... Os hieróglifos na lousa, o repouso do giz, a cola sob a carteira, as janelas quebradas, os computadores chegando, o espírito de aprender a empreender a vida. Daqui saíram empresários, ministros, educadores, donas de casa, banqueiros e bancário. Se as paredes falassem. Passei por tanta coisa, mas valeu a pena. É bom estar completando cinquenta anos de existência. Que eu continue assim, perseverante no saber...e agora José: A festa acabou, o bolo mofou, a luz apagou, o aluno dormiu. Cortaram a árvore sem nome, o amor desabrochou, o bispo assumiu. Na parede nua da cela, o desenho do cavalo preto toma volume. O preso fugiu. A revolução saiu galopando pela vida cinquentenária de emoções, lembranças, tristezas e conquistas. Não é fácil comemorar perante as manchetes de jornais. A amnésia é remédio para o início das próximas bodas. Mas agora é o momento de chamar o Carlos e celebrar.

sábado, 18 de dezembro de 2010

1 Frase de Charles Chaplin


"Pensamos demasiadamente.
Sentimos muito pouco.
Necessitamos mais de humildade do que de máquinas.
Mais de bondade e ternura do que inteligência.
Sem isso,
a vida se tornará violenta
e tudo se perderá."

Charles Chaplin

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

1 Poema do Drummond


CORTAR O TEMPO

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui pra diante vai ser diferente...

Carlos Drummons de Andrade
(meu patrono na formatura da Engenharia da USP)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

4 Envolvimentos na Autonomia de EAD


Pensar em EAD é pensar em Educação à Distancia.
Diferente de Ensino à Distancia.

Ensinar é passar conhecimento.
Educar é aprender a aprender.

Pensar em autonomia do aluno envolve:

1) aluno em si, que elabora a sua disponibilidade de horário e escolhe os textos a serem estudados dentro da disciplina

2) metodologia a ser empregada

3) material a ser disponibilizado

4) tutor, principal responsável por estimular o aluno a aprender construindo. A fugura do professor nascisista, dono do conhecimento e do poder sobre a classe presencial, felizmente desaparece. Profeta foi Paulo Freire...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

5 Beijos Calientes do Cinema


Willian Holden e Jennifer Jones na praia, sendo envolvidos pela onda no filme Suplício de uma Saudade (Love is a many Splendored Thing). Imperdível e sensual.

Juliette Binochet e Jeremy Irons na casa dela no drama Perdas e Danos. Pernas para la, braços para cá, entrega total.

Leonardo di Caprio e Kate Winslet dentro de um automóvel no depósito do Titanic, momentos antes do iceberg cruzar na vida deles.

A Dama e o Vagabundo no desenho da Disney no momento do jantar de spaghetti. Cult.

O beijo de cabeça para baixo do primeiro Homem Aranha. Esse beijo realmente fez o sangue subir a cabeça do super herói.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

1 Poema de Mario Quintana


Invitation au Voyage

Se cada um de vós,
ó vós outros da televisão
- vós que viajais inertes
como defuntos num caixão -
se cada um de vós
abrisse um livro de poemas...
faria uma verdadeira viagem...

Num livro de poemas
se descobre de tudo,
de tudo mesmo !
Inclusive o amor
e outras novidades.

Mario Quintana

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

4 Melhores Seleções de Futebol que vi jogar


Brasil - Copa de 70 (além de tricampeão, um time que do meio para frente tinha Clodoaldo, Gerson, Rivelino, Jairzinho, Tostão e Pelé, não precisa dizer mais nada).

Holanda - Copa de 74 (eternamente injustiçado e vice-campeão mundial, o carrossel holandes só existiu uma vez e nunca mais, sob a batuta de Cruyff)

Dinamarca - Copa de 86 (a Dinamáquina só jogou metade da copa no México. Depois foi engolida pela Espanha. Mas foi bonito vê-los jogando para frente, em busca do gol. Enquanto tiveram fôlego, atropelaram todo mundo)

Brasil - Copa de 82 (Falcão, Cerezzo, Zico, Sócrates, Júnior sob o comando de Telê Santana tombaram frente a Paolo Rossi. Ficou para sempre na memória, mas...)